O Conselho do Departamento de Filosofia, reunido no dia 09 de dezembro de 2020, manifesta-se de maneira unânime, por meio desta, acerca da intervenção do Ministério da Educação (MEC) na Universidade Federal de Sergipe, a qual resultou em nomeação intempestiva de reitora pro tempore.

Consideramos que esse ato é uma grave afronta à autonomia universitária. Assim, recebemos com grande indignação a notícia da intervenção, que, além de autoritária por si só, é uma ofensa inaceitável aos princípios democráticos que sempre nortearam a escolha de dirigentes em nossa Universidade.

Convém lembrar que esses princípios, cujo exercício sempre foi assegurado pela autonomia universitária, estão na base do apoio incondicional da UFS ao bom funcionamento de nossas instituições, bem como do diálogo sempre profícuo da Universidade com a sociedade sergipana, ao longo do qual nunca nos furtamos a colaborar com a comunidade por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão. Desse modo, essa intervenção, por sua própria natureza, se constitui em agressão aos princípios basilares que não apenas colaboram para fazer de nossa Universidade o que ela é como também a tornam um recurso valioso para toda a sociedade. Ao fim e ao cabo, aceitar uma intervenção como a que ora se apresenta é aceitar um ataque direto aos princípios de autonomia que sempre colaboraram com a manutenção da educação superior pública de qualidade.

Tendo em vista o que foi exposto acima, manifestamos veementemente nosso repúdio à intervenção realizada pelo MEC, que constitui grave ataque ao que nos é garantido pelo Artigo 207 da Constituição Federal, ao mesmo tempo em que reivindicamos o retorno à normalidade institucional e aos procedimentos democráticos em nossa Universidade.

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Conselho do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe