O Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Sergipe externa a sua consternação diante do falecimento de Roberto Romano, aos 75 anos. O Prof. Romano possuía graduação em Filosofia pela Universidade de São Paulo e Doutorado em Filosofia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris), sob a orientação de Claude Lefort. Aposentou-se como professor Titular do Departamento de Filosofia, do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Durante sua longa carreira acadêmica foi responsável pela formação de várias gerações de filósofos, educadores e pesquisadores das Ciências Humanas quer na condição de professor de graduação, quer na condição de orientador de grande número de dissertações de mestrado e teses de doutorado. Autor de importantes obras na área da Ética e da Filosofia Política, destacando-se, entre outras: Brasil, Igreja contra Estado: crítica ao populismo católico (Kairós, 1979); Conservadorismo romântico: origem do totalitarismo (Brasiliense, 1981; Ed. Unesp, 1997); Corpo e Cristal: Marx romântico (Guanabara, 1985); Lux in Tenebris: meditações sobre filosofia e cultura (Cortez; Ed. da Unicamp, 1987); Silêncio e ruído: a sátira em Denis Diderot (Ed. da Unicamp, 1996); O Caldeirão de Medéia (Perspectiva, 2001); Moral e ciência: a monstruosidade no século XVIII (Ed. SENAC São Paulo, 2003); O desafio do Islã e outros desafios (Perspectiva, 2004); Os nomes do ódio (Perspectiva, 2009); Razão de estado e outros estados da razão (Perspectiva, 2014). Presença marcante no cenário intelectual, foi um intérprete do Brasil político e suas ideias também se materializaram numa larga e constante colaboração na imprensa, nos eventos acadêmicos e nas diversas organizações patrocinadas pela sociedade civil. O Prof. Roberto Romano esteve algumas vezes na Universidade Federal de Sergipe tratando de temas nevrálgicos da filosofia política, bem como propondo agudas reflexões sobre o papel da universidade brasileira. A comunidade filosófica local expressa, por meio desta nota, respeito e reconhecimento pela tarefa formativa à qual se dedicou por anos a fio e identifica em seu trabalho a marca indelével da honestidade intelectual. Nossas condolências e solidariedade à sua família e, em especial, à sua esposa, Profa. Maria Sylvia de Carvalho Franco.
Cidade Universitária “Prof. José Aloísio de Campos”, 23 de julho de 2021.